Centro de hemodiálise de Teresópolis registra 47
mortes em 18 meses
Após
protesto contra índice de óbitos, a prefeitura da cidade garantiu que obras em
unidade de saúde terminam em 30 dias
EDUARDO FERREIRA
Rio - A Prefeitura de Teresópolis, na Região Serrana,
anunciou nesta segunda-feira que o Centro de Hemodiálise do município ficará
pronto em, no máximo, 30 dias. A conclusão das obras da nova unidade, que terá
capacidade para 105 atendimentos por dia, é uma resposta aos protestos de
pacientes renais crônicos que precisam fazer diálise e tinham que ir a
Itaboraí, na Região Metropolitana, que fica a 74 quilômetros de Teresópolis.
Nos últimos 18 meses, houve 47 mortes de doentes renais que dependiam do
tratamento.
No dia 12 deste mês houve uma passeata no Centro da
cidade em protesto contra os três últimos óbitos registrados. O número alto de
mortes foi um dos motivos para a aceleração da obras. Apesar de o centro de
tratamento ficar pronto em meados de abril, não há prazo para o início do
funcionamento, que dependerá ainda de licitação para escolher a empresa que vai operar a unidade, além da montagem de equipamentos.
Clarisse de Souza, de 52 anos, paciente renal há
quatro, espera que o Centro de Hemodiálise fique pronto o mais rápido possível.
“Estou indo para Itaboraí fazer o tratamento. É muito cansativo. Espero que
essa clínica comece a funcionar logo”, disse.
De acordo com o subsecretário de Saúde de
Teresópolis, Wagner de Oliveira, foi feito um convênio com o Centro de Terapia
Renal de Itaboraí, para que dessem continuidade ao tratamento, e o município
garantiu o transporte e a alimentação dos pacientes. “Temos ambulância que
acompanha o paciente. Esse novo Centro será referência no estado”, ressaltou.
A verba de R$ 1,8 milhão do governo estadual para a
construção da nova unidade foi liberada em janeiro de 2014. A prefeitura
colocou mais R$ 300 mil. Segundo o município, é necessário que o centro fique
pronto logo, por causa da interdição dos dois hospitais que faziam a diálise.
O Hospital das Clínicas de Teresópolis foi fechado
pela Vigilância Sanitária Estadual, que apontou a necessidade de adequações na
unidade.
O governo do estado decidiu que o serviço passaria a ser prestado pelo
Hospital São José, mas, no fim de 2013, a Vigilância Sanitária interditou o
setor de hemodiálise do local para investigar denúncia de contaminação de
pacientes pelo vírus da hepatite C.