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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

56 anos separam mínimo de salário de parlamentar


Quem ganha piso de R$ 545 por mês terá de trabalhar mais de meio século para alcançar o salário anual de um deputado ou senador. Por mês, cada congressista recebe o equivalente a quatro anos de salário mínimo

Um busto para o trabalhador: quem ganha salário mínimo terá de trabalhar os mesmos 56anos que Sarney tem de vida pública para alcançar o rendimento anual de um parlamentar
Edson Sardinha

O trabalhador que ganha um salário mínimo por mês terá de trabalhar mais de meio século de vida, sem gastar um centavo, para amealhar o que recebem em apenas um ano os deputados que aprovaram o mínimo de R$ 545 anteontem (16). Mais precisamente 56 anos, o mesmo tempo de vida pública que tem o mais antigo dos congressistas, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Ao longo do ano, os parlamentares recebem 15 salários de R$ 26,7 mil, ou seja, um montante de R$ 400,5 mil. A conta dos assalariados de baixa renda é bem mais modesta. Caso a proposta do governo seja confirmada pelo Senado, serão 13 salários de R$ 545: apenas R$ 7.085 anuais. Em tese, uma diferença que só poderia ser alcançada em 2067. Além do salário, os congressistas têm direito ainda a uma série de benefícios, como passagens aéreas, auxílio-moradia ou apartamento funcional e ressarcimento por despesas relacionadas ao mandato.

Quando se compara o mínimo proposto aos vencimentos mensais dos parlamentares, a distância é literalmente olímpica. Quatro anos, o intervalo de uma edição dos Jogos Olímpicos para outra, ou de uma Copa do Mundo, esse é o tempo necessário para que alguém que ganhe o piso de R$ 545 acumule os R$ 26,7 mil recebidos mensalmente por deputados, senadores, pela presidenta Dilma Rousseff, pelo vice Michel Temer e por seus 37 ministros. Detalhe: nesse período, o assalariado não poderia gastar um centavo.

Com os R$ 545 propostos pelo governo, o brasileiro que sobrevive com o piso salarial terá de trabalhar 49 meses para alcançar a renda mensal dos congressistas e da cúpula do Executivo. Se o trabalhador tiver carteira assinada, poderá atingir a cifra em três anos e dez meses de trabalho, considerando-se os 13 salários anuais.

Se fosse contemplada a proposta das centrais sindicais, de R$ 560, a distância salarial entre parlamentares e assalariados de baixa renda seria um pouco menor. O trabalhador teria de suar 55 anos para alcançar o montante anual dos congressistas ou três anos e nove meses para chegar aos R$ 26,7 mil mensais.

Caso os tucanos consigam emplacar no Senado o mínimo de R$ 600, objeto de emenda rejeitada pelos deputados, seriam necessários três anos e meio de trabalho para quem ganha um salário mínimo juntar o salário mensal de um parlamentar, presidente da República ou ministro de Estado. Ou 51 anos de trabalho para alcançar o rendimento anual dessas autoridades. Com os R$ 700 propostos pelo Psol, que nem sequer chegaram a ser discutidos, a distância seria reduzida, respectivamente, a três e 44 anos.

Bolso cheio, boca calada
No dia 15 de dezembro do ano passado, os parlamentares aprovaram a toque de caixa uma proposta que elevou em 62% seus salários. Para Dilma, Temer e seus ministros, o aumento superou os 100%.

Como mostrou o Congresso em Foco, apenas quatro dos 395 deputados presentes na sessão que resultou na elevação dos vencimentos dos congressistas de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil registraram voto contrário. O aumento foi aprovado por uma maioria silenciosa: somente 11 deputados se dispuseram a usar o microfone para defender o aumento. Entre eles, apenas Sérgio Moraes (PTB-RS), aquele que disse "se lixar para a opinião pública", votou agora a favor do mínimo de R$ 560.

Nos discursos de 15 de dezembro, houve de tudo um pouco: de deputado envergonhado com a magreza do seu contracheque a deputado lamentando passar cinco meses do ano “sem fazer absolutamente nada”. De deputado querendo ganhar quase o dobro dos R$ 26,7 mil aprovados a deputado querendo que o contribuinte garantisse sua “independência financeira”.

VOTAÇÃO DO MÍNIMO
Salário mínimo vigente: R$ 540
PROPOSTAS EM DISCUSSÃO
— Governo: R$ 545 (só reposição da inflação)
— Centrais: R$ 560 (inflação e mais 3%. Valor a mais seria antecipado do aumento de 2012)
— DEM: R$ 560 (sem antecipação do aumento de 2012)
— PSDB: R$ 600 (valor defendido por José Serra na campanha eleitoral)
— Psol: R$ 700 (emenda que não chegou a ser votada)

Fonte Congresso em Foco



Tadeu Araújo Faria
9996-3864
Coordenador Blog Eu Não Sabia
Abraços e Fiquem Todos na Paz de Cristo!
GABINETE DO DEP. ESTADUAL LUIZ PAULO - PSDB RJ
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PROGRAMA NA TV ALERJ DEBATE ESTRATÉGIAS PARA A CPI DA SERRA


As estratégias que nortearão os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar as circunstâncias e averiguar possíveis responsabilidades políticas em face do desastre ocorrido na Região Serrana foram debatidas no programa Alerj Entrevista que vai ao ar nesta terça feira (22/02), às 18h30. O convidado desta semana foi o deputado Luiz Paulo (PSDB), autor do requerimento de criação da comissão. Durante a atração o parlamentar citou como motivos da catástrofe as construções irregulares e a omissão do poder público. "A tragédia não pede identidade e nem imposto de renda. Ricos e pobres são afetados da mesma maneira. No caso de constru ções irregulares, pode ser por omissão do governo ou até mesmo pelo populismo, onde as construções são apoiadas por baixo dos panos. Precisamos investigar", comentou o tucano. O programa da TV Alerj terá reprise nesta sexta feira (25/02), às 20h.

A instalação da CPI da Região Serrana deve ser realizada nesta quinta-feira (24/02). "A CPI tem uma proposta muito ampla. É claro que queremos ouvir as autoridades estaduais e municipais, mas também queremos ouvir a sociedade. Associações de moradores, universidades e forças produtivas, como a Firjan e a Fecomercio, devem ser incluídas no debate. Assim conseguiremos gerar um documento que seja bastante propositivo. Hoje nós temos atividades separadas e é preciso juntar as forças. Nós queremos também o cumprimento e a existência de planos diretores, definindo esses usos e ocupações e, principalmente, mas não só, a verificação de todos os investimentos na última década, na região", completou Luiz Paulo. Além dele, a comissão contará, ainda, com os deputados Nilton Salomão (PT), Sabino (PSC), Marcus Vinícius (PTB), Rogério Cabral (PSB), Bernardo Rossi (PMDB) e Clarissa Garotinho (PR) como membros.(texto de Raoni Alves)

Abaixo, veja a relação dos demais canais a cabo onde a TV Alerj é transmitida e as orientações para sintonizar pela parabólica.

Niterói -03 - Nova Friburgo – 97 - Teresópolis – 41 - Três Rios – 96 - Volta Redonda – 13
Angra dos Reis – 14 - Barra Mansa – 96 - Cabo Frio – 34 - Campos dos Goytacazes – 10
Itaperuna – 99 - Macaé – 10 - Petrópolis – 95 - Resende – 96 - São Gonçalo – 12 - Paty do Alferes – 96

Informação para recepção via parabólica:
- Satélite Brasilsat - B4 at 84° W - Taxa de Símbolos = 3,0 MSps
- Frequência Banda-C = 3816,0 MHz - FEC = ¾
- Frequência Banda-L = 1334,0 MHz - P olarização= Horizontal
Tadeu Araújo Faria
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Requerimento para a CPI da Região Serrana é aprovado


Foi publicada no Diário Oficial do Rio de Janeiro, no dia 08/02, a aprovação do Requerimento nº 15 de 2011, da CPI da Região Serrana, protocolado na quinta-feira (03/02) pelo deputado Luiz Paulo.

O presidente da Mesa Diretora da Alerj, deputado Paulo Melo, promulgou a resolução de número 9, referente ao inquérito, que "cria a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as circunstâncias, os fatos, as possíveis omissões, negligências, imprevidências e averigar possíveis responsabilidades de agentes políticos, públicos e de terceiros, em face do desastre ocorrido nos municípios da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro decorrente das fortes chuvas que causaram inundações e deslizamentos de encostas no período de 11 e 12 de janeiro de 2011."

"Tal CPI visa fazer um estudo profundo de todas as causas que levaram a essa grande tragédia, que atinge já cerca de 900 mortos e mais de 400 desaparecidos. Pretendemos verificar as causas ligadas à estrutura ambiental do solo urbano, as questões relativas ao desmatamento, à geologia, à geotecnia, à hidrologia, à ocupação irregular do solo, à densidade demográfica, às políticas fundiárias e de habitação, à política de prevenção, via serviços meteorológicos, radares e hidrômetros, os cálculos das seções de invasões e as cotas de máxima cheias de todos os rios, de cada um desses municípios, nas áreas atingidas, a política de uso do solo efetuada nesses municípios, o cumprimento e/ou existência de planos diretores, definindo esses usos e ocupações e, principalmente, mas não só, a verificação de todos os inves timentos na última década, realizados pelos sete municípios, na área de infraestrutura e na área ambiental, e também pelo Governo do Estado; verificar como funciona o sistema de defesa civil desses sete municípios e se a melhor organização que o Estado tem para a Defesa Civil pode ser a subordinação da mesma à Secretaria de Saúde." disse o parlamentar, que é o autor da CPI.

O deputado Luiz Paulo espera a indicação de cada líder de bancada da Casa de Leis para a instalação da CPI, que contará com os cinco membros sugeridos e terá o prazo de 90 dias para concluir seus trabalhos, que podem ser renovados para mais 60 dias, caso necessário.

Tadeu Araújo Faria
Coordenador Assessoria de Fé e Política & Política com Fé e Eu não sabia que
Alerj Palácio Tiradentes – (Liderança PSDB) Anexo - Gabinete: 502 - 5º Andar
Dep.Est. Luiz Paulo
Rua Dom Manuel, s/n° - Centro – RJ - Tels: (021) 2588-1414 - Fax:(021)9996-3864
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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Cidades tentam voltar à rotina um mês após enchentes


Cidades tentam voltar à rotina um mês após enchentes

Notícias


Após um mês das enchentes, ainda é possível ver na Região Serrana a destruição causada pelas fortes chuvas. Muita lama, destroços e pessoas morando em abrigos fazem parte da atual realidade local.


As pessoas tentam voltar à rotina e a Igreja está empenhada na ajuda pós-emergencial.

Alerta contra a Dengue




Como o verão é uma época de transmissão de dengue, todos devem estar vigilantes quanto à própria saúde e quanto às ações de combate ao mosquito. No município foram confirmados, até agora, 1.107 casos da doença, dos quais 948 registrados em fevereiro.
Embora os números pareçam apontar para a possibilidade de uma nova epidemia no Rio, o coordenador de Operações contra a Dengue do Município, Marcos Ferreira, disse que o aumento, nestes primeiros meses do ano, já era esperado e que a situação está sob controle.

— Nós já esperávamos um aumento no número de casos de dengue em razão da reintrodução do vírus 1, além de ser verão - estação propícia à maior incidência do vírus. Por enquanto, a situação está sob controle, mas nada que evite o nosso estado de alerta. Ainda há também a possibilidade da introdução da dengue do tipo 4, que não foi detectada no Estado, o que pode dificultar o controle da doença e de uma possível epidemia, explicou.

O superintendente de vigilância ambiental e epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, informou que existem oito mil agentes de combate à dengue no Estado, além de três mil bombeiros que visitam as residências para promover ações educativas.

— O que salva o paciente de dengue é o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o combate ao foco do mosquito na sua residência, destacou Chieppe.

Como o verão é uma época de transmissão de dengue, todos devem estar vigilantes quanto à própria saúde e quanto às ações de combate ao mosquito. Qualquer pessoa com febre e dor no corpo deve ser avaliada por um serviço de saúde. E os focos de proliferação do Aedes aegypti devem ser eliminados das residências da população.
* Com Agência Brasil

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Corrida por CPIs na Alerj

Corrida por CPIs na Alerj

Ao todo, foram protocolados ontem 25 requerimentos. Luiz Paulo foi o recordista e, para ser o primeiro a fazer pedidos, deixou assessor desde madrugada na Casa
Rio - Depois da eleição da Mesa Diretora, o primeiro dia de trabalho na Assembleia Legislativa (Alerj) foi marcado pela corrida de deputados para pedir a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). Ao todo, foram protocolados ontem 25 pedidos de 14 parlamentares.

O recordista foi Luiz Paulo (PSDB), com cinco. Para ser o primeiro a entrar com os requerimentos, o tucano deixou um assessor de plantão desde 4h30 na Alerj. “A prioridade é apurar a responsabilidade pelas mortes na Região Serrana”, afirmou.
Licenciado do PPS, o líder do governo, André Corrêa, não foi à Casa, mas pediu a apuração das “responsabilidades pela ocorrência de desmatamento ilegal” no Rio. André Lazaroni, líder do PMDB, pede investigação de “denúncias de áreas contaminadas”.

Para uma CPI ser aberta, são necessárias as assinaturas de 24 deputados. Teoricamente, basta isso para uma comissão funcionar, mas os pedidos antes são analisados pela Mesa Diretora.
Também havia expectativa sobre exonerações. Só ontem, foram publicadas as saídas de mais de 250 funcionários de cargos comissionados nomeados pelo ex-presidente, Jorge Picciani (PMDB).

No plenário, o chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, fez balanço do governo, mas não citou o desempenho do Rio na Educação, marcado pelo penúltimo lugar no Índice da Educação Básica, à frente apenas do Piauí, irritando Comte Bittencourt (PPS), que deve voltar a presidir a Comissão de Educação.

A sessão ainda contou com três novos deputados: Jânio Mendes (PDT), André Ceciliano (PT) e Robson Leite (PT) substituíram, respectivamente, Felipe Peixoto (PDT), Carlos Minc (PT) e Rodrigo Neves (PT), agora secretários.

Polêmica na Câmara do Rio
Enquanto na Alerj o projeto de Domingos Brazão (PMDB) para acabar com a reeleição na presidência da Casa está na gaveta, na Câmara Municipal tramita um projeto semelhante. A proposta, de autoria da vereadora Teresa Bergher (PSDB), está em análise na Comissão de Justiça. A expectativa é que seja votado logo no mês que vem.

“A alternância de poder é muito importante para o Legislativo. Quando se repete a mesma pessoa por anos, como já aconteceu, parece que há uma ditadura”, argumenta Teresa. Atualmente, a Casa é presidida por Jorge Felippe (PMDB), reeleito no início deste ano. (O Dia - POR JOÃO NOÉ)

Luiz Paulo
Deputado Estadual
PSDB
Tadeu Araújo Faria
Coordenador Assessoria de Fé e Política & Política com Fé
e-mail: assescatolico_tadeu@yahoo.com.br
Alerj Palácio Tiradentes – (Liderança PSDB) Anexo - Gabinete: 402 - 4º Andar
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Abraços e Fiquem Todos na Paz de Cristo
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Mas, afinal, que palavra é essa?


Presidenta?

Mas, afinal, que palavra é essa?


Bem, vejamos:
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...
Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do gênero, masculino ou feminino. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Um exemplo (negativo) seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta. "

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dez mais ricos têm metade da riqueza no Congresso


Dez mais ricos têm metade do patrimônio no Congresso

Do total de R$ 1,6 bilhão em bens declarados pelos 567 parlamentares empossados ontem, R$ 792 milhões estão em nome de apenas uma dezena de congressistas. Veja a relação dos multimilionários



Com patrimônio declarado de R$ 240 milhões, deputado João Lyra é o mais rico entre os recém-empossados
Mário Coelho, Edson Sardinha e Rudolfo Lago

A elevada concentração de renda no Brasil está explícita no novo Congresso. Metade de todo o patrimônio declarado pelos 567 congressistas empossados ontem (1º) está nas mãos de apenas dez parlamentares, ou seja, de menos de 2% dos eleitos em outubro na Câmara e no Senado. Do montante de R$ 1,6 bilhão em bens declarados pelos 513 deputados e 54 senadores, R$ 792 milhões estão em nome desse pequeno grupo de multimilionários.

Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Congresso em Foco com base em informações prestadas pelos então candidatos à Justiça eleitoral. Na média, cada parlamentar declarou possuir R$ 2,9 milhões em imóveis, empresas, fazendas, veículos, objetos de arte, dinheiro em espécie e aplicações financeiras, entre outros bens.

OS DEZ MAIS RICOS DO CONGRESSO

Fonte: Congresso em Foco com base na declaração patrimonial dos candidatos ao TSE

O parlamentar com maior patrimônio declarado vem do estado com pior índices de desenvolvimento humano (IDH) e uma das menores rendas per capita do país, Alagoas. De volta à Câmara após quatro anos, o deputado João Lyra (PTB-AL) tem uma fortuna declarada de R$ 240,39 milhões.

O petebista, que já foi senador, é dono de um império que reúne mais de dez grandes empresas no estado, entre as quais usinas sucroalcooleiras, fábrica de fertilizantes, empresas de táxi aéreo, de comunicação e concessionária de veículos. A renda per capita gira em torno de R$ 6 mil em Alagoas, estado com um dos maiores índices de analfabetismo e mortalidade infantil do país.

O grupo dos maiores milionários do novo Congresso é formado por seis deputados e quatro senadores. Há representantes das cinco regiões do país e de dez estados. São três do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), dois do Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), dois do Nordeste (Alagoas e Ceará), dois do Norte (Amazonas e Rondônia) e um do Sul (Paraná). Eles são de cinco partidos políticos: três do PMDB, dois do PR, do PP e do PSDB e um do PTB. Não há nenhuma mulher entre eles.

A força do agronegócio

Depois do deputado João Lyra, o dono da maior fortuna é o senador Blairo Maggi (PR-MT). O ex-governador de Mato Grosso é proprietário do Grupo Amaggi, um dos maiores produtores e exportadores de soja do Brasil, com negócios em diversas atividades econômicas, incluindo logística de transportes, pecuária e produção de energia elétrica.

Blairo já foi considerado o maior produtor individual de soja do mundo, responsável por 5% da produção anual do grão brasileiro. Em 2005, o então governador foi “homenageado” pela ONG Greenpeace com o prêmio Motoserra de Ouro. A organização não-governamental acusou o então governador de contribuir com o desmatamento para plantar soja no estado.

O terceiro mais rico também tem fortes ligações com o agronegócio. Reeleito para o segundo mandato consecutivo, o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) informou ter R$ 95,7 milhões em bens. Mais da metade da riqueza do paranaense tem como origem cotas da Diplomata Industrial e Comercial, uma das maiores produtoras de aves para abate do país.

Mabel e Maluf

Entre os multimilionários estão o deputado Sandro Mabel (PR-GO), dono do quinto maior patrimônio declarado, com R$ 70,9 milhões. Candidato derrotado na disputa pela presidência da Câmara ontem, o deputado é dono da fábrica de biscoitos e roscas Mabel.

Logo atrás dele, aparece o deputado Paulo Maluf (PP-SP), com R$ 39,4 milhões em bens. Em março do ano passado, Maluf entrou para o chamado livro vermelho da Interpol. O deputado pode ser preso se deixar o país. Ele foi denunciado por um promotor de Nova York por suposta “conspiração com objetivo de roubar dinheiro da cidade de São Paulo a fim de possuir fundos no Brasil, Nova York e outros lugares, e ocultar dinheiro roubado". Maluf nega a acusação. Ele conseguiu a vaga na Câmara após reverter uma condenação na Justiça em São Paulo, que havia barrado sua eleição com base na Lei da Ficha Limpa.

O poder econômico dos parlamentares reflete a concentração de riqueza no Brasil, um dos países com pior índice de distribuição de renda no mundo. Embora a distância entre pobres e ricos tenha caído nos últimos anos, pesquisa divulgada em 2008 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que os 10% mais ricos no Brasil concentram 75% da riqueza produzida no país.