Políticos
cobram transparência do prefeito no projeto do campo de golfe
"Completamente inútil" e "inaceitável". É assim que alguns parlamentares classificaram o projeto do prefeito Eduardo Paes de modificar a legislação e os parâmetros ambientais para a construção do campo de golfe dos Jogos Olímpicos de 2016, na Barra. “Para o interesse privado não tem almoço grátis", ilustra o deputado federal Chico Alencar (Psol), em referência a troca de favores entre prefeitura e iniciativa privada.
Para a obra, a ideia é utilizar 58
mil m² da Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS), que fica às margens da
Avenida das Américas. Em troca, o prefeito transformaria em não edificáveis os
lotes da Área de Preservação Ambiental (APA) da Lagoa de Marapendi. Segundo
ele, o projeto de lei "vai garantir a preservação de um espaço bem
maior".
O terreno ainda é alvo de uma briga
judicial no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na qual a empresa Elmway Participações
Ltda, como antecipou o Jornal do Brasil em matéria veiculada nesta sexta-feira
(2), tenta fazer valer um antigo Registro sobre o imóvel também disputado pelo
conhecido especulador imobiliário Pasquale Mauro.
A vereadora Andréia Gouveia Vieira
(licenciada do PSDB) acusa a prefeitura de não ser "transparente" na
negociação. "O projeto não veio a público, ninguém conhece. Quando pedi,
alegaram que nada existia. Não se sabe direito a forma de como isso será feito e
quem vai tomar conta".
Opositores do governo criticaram a
medida, afirmando que ainda faltam estudos que comprovem a viabilidade do
projeto. Para Andreia, a maior parte do terreno a ser utilizada na construção
tem processos correndo na justiça. "Há um litígio sobre quem é o verdadeiro
dono", diz. "O prefeito não deveria comprar essa briga e se está
comprando é porque tem alguém ganhando nesta história." Ela se posiciona
ainda "totalmente contra" qualquer medida que reduza a área de
preservação ambiental da cidade.
Troca de favores
Chico Alencar critica as exceções
concedidas para as empresas envolvidas nos empreendimentos para as Olimpíadas.
Segundo ele, as vantagens são o resultado do que chama de ‘Estado Olímpico da
Exceção’ e explica: “Para o interesse privado não tem almoço grátis. Então
acaba gerando isso”.
Ele entende que o Rio está seguindo
uma concepção de que a cidade só avança a partir das concessões à iniciativa
privada e aos interesses especulativos. “O campo de golfe está inscrito nisso.
Nessa visão de que o único caminho é esse — do negócio, do lucro— em detrimento
do interesse público e do rigor”, disse.
O deputado Luiz Paulo Corrêa (PSDB) bate
na mesma tecla. Ele aponta que as decisões do prefeito atendem a interesses
privados e vão contra a ideia de sustentabilidade prometida por Paes. Destaca
ainda outra obra do governo municipal - construir um centro para a parte de
divulgação dos Jogos -, que também traz prejuízos ao meio ambiente.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid3jB7kyn8jjvDOhPdnXREI9ORgBPurqjWCZVaTjFCOBDGCjcExPkwyLR6HhEFg9jo33mS_Z2a6HbOFXT9YuDmWFr4jJ07Ytm2V_uQyashHpIKNvI0TJtm0R0EAz7ezLqrO__X-K6_uoU/s1600/310522_131247633649511_90969764_n.jpg)
A
grande maioria destas decisões é de interesse real da iniciativa privada e não
da população", afirma. Para ele, o caso deve ser analisado pelo Ministério
Público Estadual de forma "minuciosa".
"Precisamos saber quais são os
verdadeiros motivos destas decisões estapafúrdias do prefeito".
Legado Chico Alencar lembra que apesar do tão falado “legado das Olimpíadas”, após os Jogos estas últimas construções beneficiarão apenas os envolvidos nos empreendimentos.
“O Rio tem a maior rede pública
escolar da América Latina. O grande legado seria a massificação dos esportes,
vinculando estes centros à rede escolar. Mas não, depois volta para a
iniciativa privada”, lamenta.
Diversas obras construídas para os
Jogos Pan-Americanos de 2007, de altíssimo valor, tiveram que ser destruídas
para se adaptar às exigências das olimpíadas. Um delas é o velódromo, que
custou R$ 14 milhões aos cofres públicos e será totalmente desmontado. A nova
estrutura custará cerca de R$ 130 milhões.
"Como falei, este é um legado
para a iniciativa privada. Por que não adaptar os campos de golfe que já temos,
ou construir novos, em áreas que não ameacem a preservação ambiental?",
sugere Luiz Paulo.
"É como no golfe, mas aqui quem
vai para o buraco é o legado", ironiza Alencar. (Jornal do Brasil -
Carolina Mazzi e Renan Almeida)
Tadeu Araújo Faria
Coordenador
Assessoria Católica de Fé e Política
9996-3864
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