Demolição de colégio deixa pais preocupados
O Globo
RIO — Para muitos pais, alunos e
professores, duas quadras de aquecimento nem se comparam ao ensino público
consagrado como o quarto melhor da cidade do Rio e o sétimo do estado — segundo
o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Mas, para desespero de
sua comunidade, as obras para as Olimpíadas de 2016 vão atropelar a Escola
Municipal Friedenreich, no Maracanã, uma rara unidade da rede que satisfaz a
todos. Na sexta-feira, eles prometem ir em peso à audiência pública no Galpão
da Cidadania, na Zona Portuária, com o secretário estadual da Casa Civil, Régis
Fichtner, para tentar mudar um destino que parece selado: a demolição do
colégio. Para seu lugar, está projetada a construção das quadras de
aquecimento, a serem usadas por jogadores de futebol que competirem no complexo
do Maracanã.
Para pais e alunos, é hora de buscar respostas e, sobretudo, defender um projeto de escola que, segundo eles, deveria, em vez de enfrentar uma remoção, ser modelo para a cidade.
— Nós nos sentimos como uma família.
Por isso, a perda da escola é uma perda de referencial, de identidade para as
crianças. Tenho orgulho de dizer que minhas filhas estudam numa escola do
município do Rio. A gente não consegue entender o porquê de acabar. Se eu
pudesse acampar aqui e impedir isso (a demolição da escola), faria, assim como
minhas filhas — conta Carlos Sandes, professor de uma escola particular que tem
duas filhas na Friedenreich.
Em 2009, quando começaram os boatos de
que, com a reformulação do complexo do Maracanã, a unidade seria demolida,
Carlos se tornou o presidente da comissão de pais, formada para impedir o que
consideram um desastre. A forte participação dos pais dos 349 alunos da escola
é sempre citada como o maior patrimônio da Friedenreich.
A Secretaria municipal de Educação
divulgou nota informando que toda a estrutura pedagógica, a direção e o corpo
docente da escola serão mantidos, sem qualquer prejuízo para a qualidade do
ensino. A prefeitura e o governo do estado estão à procura de um novo espaço
para a escola. Segundo a Secretaria estadual da Casa Civil, a demolição é
necessária para que o futuro complexo do Maracanã atenda aos padrões
internacionais.
Muitos pais e professores não são
contra a mudança de prédio, desde que não seja para outro bairro e que o nome,
homenagem ao jogador Arthur Friedenreich (1892-1969), estrela do futebol
brasileiro no início do século passado, seja mantido.
Ensino que atravessa gerações de alunos
O laço afetivo dos estudantes é tão
grande que muitos são filhos de ex-alunos. A dona de casa Renata Carvalho dos
Santos é uma das mães que fazem parte da história da escola. Além dela, sua
mãe, sua tia, sua irmã e seus três filhos estudaram ali. Hoje, está lá seu
filho de 6 anos (os outros deixaram a escola, que só oferece turmas até o
quinto ano). A dona de casa decidiu matriculá-los em colégios particulares, já
que não existem outras unidades na região com o mesmo nível do da Friedenreich.
Ambos conseguiram bolsas de estudo.
Ex-alunos de escolas particulares,
aliás, não são presença rara na Friedenreich. A dona de casa Maria Elide Abade
decidiu matricular seu filho na unidade municipal depois que uma profesora da
particular onde ele estudava lhe fez essa sugestão. Entre os novos colegas de
seu filho, a maioria sonha ir, posteriormente, para escolas modelo, como o
Pedro II e o Colégio Militar. A dona de casa Kelly Cristina da Silva sabe que o
desejo pode se tornar realidade. Seu primeiro filho foi para o Pedro II e a
segunda, de 11 anos, prepara-se para se juntar ao irmão.
Uma escola familiar
A professora Tânia Pereira da Luz, da
1ª série, ressalta que a participação da família é o que mais contribui para
uma educação de qualidade:
— Acho que a maior diferença não são
nem os docentes, porque estes se dedicam onde quer que estejam, mas o apoio dos
responsáveis. Aqui os pais estão preocupados com o desenvolvimento da criança
na escola, o que não é algo generalizado.
Segundo ela, os pais costumam se
envolver muito nos projetos propostos pelos professores. É essa harmonia que a
comunidade escolar da Friedenreich teme perder, caso a unidade seja transferida
para outro local, como já foi acenado pelo governo.
A identificação com o Maracanã é muito
forte.
— Desde pequenos, eles se sentem
glorificados por estudar dentro do Maracanã. É mais um incentivo para gostar da
escola — conta Tania Muniz, professora da unidade.
A filha de Kelly, Nicole, assim como
outras crianças, está animadíssima para a audiência pública. Foram alugados
dois ônibus de turismo com 50 lugares para levar os alunos. Tudo para defender
a escola, que conta com quadra poliesportiva, parquinho com grama sintética,
salas com ar-condicionado e televisão, retroprojetores e sala de informática.
Reportagem publicada no vespertino
digital O Globo A Mais
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Postado por
Tadeu Araújo Farias no Eu não sabia que e-mail eu_nao_sabia@yahoo.com.br
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