A primeira audiência pública foi na Rocinha. Esconderam a audiência pública na Rocinha para ver se as associações de moradores não iriam, porque no trecho da Rocinha, isto é, de São Conrado à Barra, não há questionamento algum - é a própria Linha 4. O questionamento é quando atravessa o maciço do Túnel Dois Irmãos - Leblon e Ipanema versus Jardim Botânico e Humaitá. Mas mesmo assim, mais de 200 pessoas estiveram na primeira audiência pública, e eu também estava lá. E as críticas em relação às soluções que o Governo está apresentando foram imensas. Isso obrigou que ele s fizessem uma segunda audiência pública, que foi ontem, no Leblon, na Escola André Maurois, no cruzamento da Visconde de Albuquerque com a Bartolomeu Mitre.
Aconteceu na noite de ontem (27), a segunda audiência pública sobre a Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, no bairro do Leblon. Como na reunião anterior, o governo, por intermédio do secretário-chefe da Casa Civil Regis Fichtner, do secretário de transportes, Julio Lopes, e do subsecretário de Transportes, Sebastião Rodrigues, tentou, sem sucesso, elucidar as dúvidas dos presentes acerca da obra.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLtRh5hCJYEd015ZKPLvQbyMoX8t8ZS9PizK5NV2R7IIhzYzUvOQq_gnqwSe3CdtBImwJOIUNI8iaH1jyBFF04-iUnAr8riZBrQPXREzxP_gxk7-0Chyphenhyphen653Vh8t9ZdWH5QLO2bxoTz_9Wn/s320/metro-cinelandia-1981-795x1024.jpg)
Segundo um economista, que deu parecer sobre o cotejo entre a
solução Ipanema/Leblon versus a solução Gávea/Jardim Botânico: “Ora, Ipanema e
Leblon recolhem mais ICMS e ISS que Humaitá e Jardim Botânico, razão pela qual
o traçado tem que ser por Ipanema e Leblon.” Para Luiz Paulo, “sob o ponto de
vista urbanístico, de linha de desejo, de consulta às comunidades, sob o ponto
de vista social, chega a ser quase uma brincadeira. Partindo desse pressuposto,
os investimentos sempre seriam no local que mais arrecadasse.”
E
o Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro? Ipanema e Leblon - usando um termo
que poucos conhecem - são bairros apacados, isto é, bairros sob a égide das
APACs, tombados. O Plano Diretor propõe que esses bairros não mais crescessem,
ficassem estabilizados, só com renovação urbana. Mas é exatamente ali o
traçado, para que esses bairros transformem sua vocação residencial para
vocação comercial, facilitando a especulação e a queda da qualidade de vida.
Este foi um início funesto para a audiência pública.
Em
seguida, o consultor de transportes que faz as análises de demanda fala o
seguinte: “É fora do escopo, mas eu também fiz a análise de demanda para as
estações Glória e Central do Brasil”, como se fosse possível analisar uma linha
única de metrô sem estudar o impacto da demanda na linha como um todo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3q184dUb-gP2vjK7SLKFQjCLuWfwNS9NETGgg9fsQf7e09jEtJonL3AEM6E-m31KmZKDMyyFa57Sm2B2yipUaBBrfiHIS0MqP7U_OT7e4H6UoCsY6ic4iNgrheDa9cn-y8jySQJfg__Eo/s320/r07.jpg)
Em
audiência pública não há nunca unanimidade, mas a parte, o empreendedor, que
nesse caso é o Governo do Estado, tinha que ter muito mais firmeza e coerência
para fazer a sua defesa. E por que não consegue ter? Porque começou errado.
Primeiro, o Governo do Estado viabilizou o negócio: tem que fazer a Linha 4 por
Ipanema e Leblon para que contemple todos os interesses das empreiteiras
envolvidas, inclusive das que ali estão desde que foram vencedoras da concessão
da Linha 4 original, daquelas que precisam trabalhar nesse trecho novo e da
detentora da concessão da Linha 1. Conciliaram os interesses econômicos para
depois definir as demandas e o traçado. Não pode dar certo, vai haver sempre
contradições.
Ainda
se reivindicou uma terceira audiência pública para que o Governo tente responder
às perguntas mais gritantes que as diversas associações de moradores desejam
ver respondidas. A Ceca vai deliberar se haverá terceira audiência pública ou
não, mas todos que ali foram saíram profundamente inseguros. Fazer um metrô sob
a areia, nas proximidades de tantos prédios, com um projeto que não guarda
coerência, que não dá segurança ao cidadão é muito difícil.
O
que fala o cidadão da Zona Sul? Ele diz o seguinte: “Hoje, para pegar o metrô,
eu já ando igual a sardinha em lata. Se esse metrô já vier lotado da Barra, eu
não entro mais nele!”
Nas
duas audiências públicas, não havia um representante da Prefeitura da Cidade do
Rio de Janeiro, como se o metrô estivesse para ser construído ou em Saturno ou
em Júpiter, e não na Cidade do Rio de Janeiro. O Prefeito Eduardo Paes está
copiando o comportamento do Governador Sérgio Cabral. Quando há uma confusão no
Estado do Rio de Janeiro, qual o comportamento do Governador? Ele finge que não
é aqui, que o problema é em outro lugar.
TODOS CONTRA A DENGUE
GABINETE
Alerj Palácio Tiradentes – (Liderança PSDB) Anexo - Gabinete: 402 - 4º
Andar
Rua Dom Manuel, s/n° - Centro – RJ - Tels: (021) 2588-1448 / 9996-3864
Abraços e Fiquem Todos na Paz de Cristo
Nenhum comentário:
Postar um comentário