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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dep. Luiz Paulo lendo o discurso do Papa em Plenário


O SR. LUIZ PAULO - Sr. Presidente Roberto Henriques, Srs. Deputados Zaqueu Teixeira, José Luiz Nanci, Sabino, Paulo Ramos, Luiz Martins, os jornais de hoje mostram, entre tantas notícias de corrupção, o afastamento do sexto ministro do governo Dilma – um, por falar demais; e, os outros cinco, por suspeita de corrupção.

Os jornais todo dia noticiam ações do Ministério Público Federal, da Polícia Federal, da Polícia Civil, enfim, de todo o Brasil, de inúmeros casos de corrupção envolvendo os três Poderes e segmentos da própria sociedade. E eu me pergunto: que reflexão nós devemos fazer sobre todos esses acontecimentos? Que reflexão nós devemos fazer afastada da político-partidária.

Sr. Presidente, estava lendo o discurso do Papa Bento XVI realizado na quinta-feira, 22 de setembro de 2011, há pouco mais de um mês, quando ele visitou o Parlamento Federal Alemão em viagem apostólica. O discurso do Papa Bento XVI tem seis folhas. É de uma profundidade impressionante!  E gostaria de citar aqui sobre as reflexões que devemos fazer de um pequeno trecho dessa reflexão profunda.  Diz ele no seu discurso que hoje é um documento:(Lendo)

“Seja-me permitido começar as minhas reflexões sobre os fundamentos do Direito, com uma pequena narrativa tirada da Sagrada Escritura. Conta-se no 1º Livro dos Reis que Deus concedeu ao jovem rei Salomão fazer um pedido por ocasião da sua entronização. Que irá pedir o jovem soberano neste momento tão importante: sucesso, riqueza, uma vida longa, a eliminação dos inimigos? Não pede nada disso; mas sim: “Concede ao teu servo um coração dócil, para saber administrar a justiça ao teu povo e discernir o bem do mal”. (I Re 3:9).  Com esta narração, a Bíblia quer indicar-nos o que deve, em última análise, ser importante para um político. 

  O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político não deve ser o sucesso e menos ainda o lucro material.  A política deve ser um compromisso em prol da justiça, e, assim, criar as condições de fundo para a pa z. Naturalmente, um político procurará o sucesso, sem o qual não poderia ter a possibilidade de uma ação política efetiva;  mas o sucesso há de estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de atuar o direito e à inteligência do direito.  É que o sucesso pode tornar-se também um aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da justiça.  “Se se põe de parte o direito, em que se distingue então o Estado de uma grande banda de salteadores?  Sentenciou uma vez Santo Agostinho.” 

(Conclui a leitura)

Vou parar por aqui porque é um discurso de grande profundidade. Quero, com isso, apenas provocar as Sras. e os Srs. parlamentares para que leiam, porque de um lado se verifica que muitos que estão no poder, e lá chegaram porque fizeram sucesso político, abrem mão de princípios éticos que, em tese, são subjetivos para o pragmatismo do positivismo das leis de causas e efeitos. E aí perdem o senso de justiça e o poder de discernir entre o bem e o mal. 

Este documento é recentíssimo; esse discurso de Bento XVI tem 30 dias e se deu no Parlamento alemão, país berço do nazismo, mas também berço de grandes filósofos. A cultura européia, que em parte foi assimilada pela América Latina, vem da fusão de três grandes capitais, berços da cultura européia: Jerusalém, Atenas e Roma. Jerusalém, em cujos princípios filosóficos o cristianismo se baseia; Atenas, onde tem início o processo democrático, através dos grandes filósofos, nos debates nas ágoras, nas praças. E em Roma, onde nasce o Direito Romano. 

Então, essa cultura é civilizatória e, antes de mais nada, tem que haver compromissos com os direitos humanos e compromisso com a ética, com a honra, com a dignidade – princípios institucionais, humanos inerentes a todos nós que estamos na face da Terra.

Acho que é o afastamento dessa questão, é o afastamento dessa reflexão que tem feito com que a corrupção seja cada vez mais visível na sociedade brasileira. É o pragmatismo, o racional, o sucesso a qualquer preço, em detrimento do que é a essência natural do homem, o homem com sua ética e seus valores humanos. 

Por isso, Sr. Presidente, impressionado que fiquei com a leitura do texto do discurso do Papa Bento XVI, achei que devia trazer essa reflexão ao plenário, suscitando uma crítica político-partidária porque nós, seres humanos, na nossa essência divina, pragmática e positivista - nessa fusão de princípios - criamos os partidos políticos. Mas eles também não estão acima dessa nossa essência. E a corrupção tem que ser combatida em todos os níveis por uma questão de princípio, porque muitas vezes aqui nos digladiamos, acusando de corruptos aqueles que estão em outros partidos. Muitas vezes não olhamos para dentro de nossas próprias casas. Esse é um grande mal que corrói hoje nossa sociedade: a corrupção. Basta olhar as manchetes dos jornais. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Roberto Henriques) – Obrigado, Sr. Deputado Luiz Paulo.

  PSDB RJ


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Postado por Tadeu Araújo Farias no Eu não sabia que

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