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O SR. LUIZ PAULO - Sr. Presidente Roberto Henriques, Srs. Deputados
Zaqueu Teixeira, José Luiz Nanci, Sabino, Paulo Ramos, Luiz Martins, os jornais
de hoje mostram, entre tantas notícias de corrupção, o afastamento do sexto
ministro do governo Dilma – um, por falar demais; e, os outros cinco, por
suspeita de corrupção.
Os jornais todo dia noticiam ações do Ministério Público Federal, da
Polícia Federal, da Polícia Civil, enfim, de todo o Brasil, de inúmeros casos
de corrupção envolvendo os três Poderes e segmentos da própria sociedade. E eu
me pergunto: que reflexão nós devemos fazer sobre todos esses acontecimentos?
Que reflexão nós devemos fazer afastada da político-partidária.
Sr. Presidente,
estava lendo o discurso do Papa Bento XVI realizado na quinta-feira, 22 de
setembro de 2011, há pouco mais de um mês, quando ele visitou o Parlamento Federal Alemão
em viagem apostólica. O discurso do Papa Bento XVI tem seis folhas. É de uma
profundidade impressionante! E gostaria de citar aqui sobre as reflexões
que devemos fazer de um pequeno trecho dessa reflexão profunda. Diz ele
no seu discurso que hoje é um documento:(Lendo)
“Seja-me permitido
começar as minhas reflexões sobre os fundamentos do Direito, com uma pequena
narrativa tirada da Sagrada Escritura. Conta-se no 1º Livro dos Reis que Deus
concedeu ao jovem rei Salomão fazer um pedido por ocasião da sua entronização.
Que irá pedir o jovem soberano neste momento tão importante: sucesso, riqueza,
uma vida longa, a eliminação dos inimigos? Não pede nada disso; mas sim:
“Concede ao teu servo um coração dócil, para saber administrar a justiça ao teu
povo e discernir o bem do mal”. (I Re 3:9). Com esta narração, a Bíblia
quer indicar-nos o que deve, em última análise, ser importante para um político.
O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político
não deve ser o sucesso e menos ainda o lucro material. A política deve
ser um compromisso em prol da justiça, e, assim, criar as condições de fundo
para a pa z. Naturalmente, um político procurará o sucesso, sem o qual não
poderia ter a possibilidade de uma ação política efetiva; mas o sucesso
há de estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de atuar o direito e
à inteligência do direito. É que o sucesso pode tornar-se também um
aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da
justiça. “Se se põe de parte o direito, em que se distingue então o
Estado de uma grande banda de salteadores? Sentenciou uma vez Santo
Agostinho.”
(Conclui a leitura)
Vou parar por aqui
porque é um discurso de grande profundidade. Quero, com isso, apenas provocar
as Sras. e os Srs. parlamentares para que leiam, porque de um lado se verifica
que muitos que estão no poder, e lá chegaram porque fizeram sucesso político,
abrem mão de princípios éticos que, em tese, são subjetivos para o pragmatismo
do positivismo das leis de causas e efeitos. E aí perdem o senso de justiça e o
poder de discernir entre o bem e o mal.
Este documento é
recentíssimo; esse discurso de Bento XVI tem 30 dias e se deu no Parlamento
alemão, país berço do nazismo, mas também berço de grandes filósofos. A cultura
européia, que em parte foi assimilada pela América Latina, vem da fusão de três
grandes capitais, berços da cultura européia: Jerusalém, Atenas e Roma.
Jerusalém, em cujos princípios filosóficos o cristianismo se baseia; Atenas,
onde tem início o processo democrático, através dos grandes filósofos, nos
debates nas ágoras, nas praças. E em Roma, onde nasce o Direito Romano.
Então, essa cultura
é civilizatória e, antes de mais nada, tem que haver compromissos com os
direitos humanos e compromisso com a ética, com a honra, com a dignidade –
princípios institucionais, humanos inerentes a todos nós que estamos na face da
Terra.
Acho que é o
afastamento dessa questão, é o afastamento dessa reflexão que tem feito com que
a corrupção seja cada vez mais visível na sociedade brasileira. É o
pragmatismo, o racional, o sucesso a qualquer preço, em detrimento do que é a
essência natural do homem, o homem com sua ética e seus valores humanos.
Por isso, Sr.
Presidente, impressionado que fiquei com a leitura do texto do discurso do Papa
Bento XVI, achei que devia trazer essa reflexão ao plenário, suscitando uma
crítica político-partidária porque nós, seres humanos, na nossa essência
divina, pragmática e positivista - nessa fusão de princípios - criamos os
partidos políticos. Mas eles também não estão acima dessa nossa essência. E a
corrupção tem que ser combatida em todos os níveis por uma questão de princípio,
porque muitas vezes aqui nos digladiamos, acusando de corruptos aqueles que
estão em outros partidos. Muitas vezes não olhamos para dentro de nossas
próprias casas. Esse é um grande mal que corrói hoje nossa sociedade: a
corrupção. Basta olhar as manchetes dos jornais. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE
(Roberto Henriques) – Obrigado, Sr. Deputado Luiz Paulo.
Alerj Palácio Tiradentes – (Liderança PSDB)
Anexo - Gabinete: 402 - 4º Andar
Rua Dom Manuel, s/n° - Centro – RJ -
Tels: (021) 2588-1448 / 9996-3864
Postado por Tadeu Araújo Farias no Eu não sabia que
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