Rio de Janeiro Cidade Maravilhosa

Deus te Abençõe



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PSDB: Marcello pede renúncia de Zito


PSDB: Marcello pede renúncia de Zito, que reavaliará se larga o cargo


Em uma tensa reunião realizada para avaliar o desempenho eleitoral do PSDB, ontem de manhã, o ex-governador Marcello Alencar, um dos caciques tucanos no Rio de Janeiro, pediu a renúncia do presidente estadual do partido, José Camilo Zito dos Santos Filho. Prefeito de Duque de Caxias, Zito chegou ao cargo pelas mãos do próprio Marcello, que agora o acusa de ter feito corpo mole na campanha eleitoral, negando apoio ao candidato a governador pela coligação PSDB-PV-PPS-DEM, o deputado federal Fernando Gabeira (PV).

Zito jamais escondeu que não aceitava a candidatura de Gabeira e apoiou a reeleição do governador Sérgio Cabral (PMDB), num acordo que nunca negou. Em Caxias, Cabral recebeu 306.381 votos (74,45%), contra 54.339 (13,21%) de Gabeira. No segundo turno da eleição presidencial, Dilma Roussef (PT) bateu José Serra (PSDB) por 73,28% a 26,72%. Com os números na mão, Marcello atacou Zito, jogando em sua cara a derrota sofrida dentro de casa.

- O Marcello surpreendeu todo mundo. Ele está muito indignado com a postura do Zito e o questionou para valer. Ele disse que gostava muito do Zito, que sempre lhe deu amparo mas não dava mais para ficar - conta um tucano de alta plumagem.
Zito apresenta renúncia, mas diz que reavaliará decisão
Em resposta, o prefeito questionou a liderança de Marcello, presidente de honra do partido, e apresentou a sua renúncia. O pedido, no entanto, não foi analisado.
- Foi mais uma atitude falha do (ex-)governador, como ele já fez com tantos outros.

A presidência do partido não é a minha meta e nem ele deixará de ser meu ídolo. Ele falou da má performance do Serra e do Gabeira, e da minha relação com o governador Sérgio Cabral, que é leal e verdadeira. Mas eu sei distinguir o Zito prefeito do presidente - afirmou Zito, que se disse obrigado a acatar o nome de Fernando Gabeira como o candidato dos tucanos ao governo:
- A minha maior falha foi ter sido democrático. Sempre defendi candidaturas próprias. A decisão não foi minha e não aceitam que ponham a culpa nas minhas costas. Fui o único prefeito que se pôs à disposição do Serra e não perdi tempo em dizer que as atitudes do Marcello deixam a desejar.

Zito, porém, diz que pode reavaliar a decisão de renunciar à presidência do partido. A reunião de ontem foi interrompida e adiada para o dia 13.
- Eu pedi para sair e o Márcio Fortes interrompeu a reunião. Vou repensar direitinho e, quem sabe, o Marcello também não reveja seus conceitos? Aliás, o partido tem que rever muita coisa e certos conceitos, como os que vimos nas eleições para prefeito e governador (ambas com Gabeira na cabeça de chapa). Não podemos pensar pequeno e nem nos apequenar.

Intervenção a pedido da executiva nacional
Presente à reunião, a vereadora Andréa Gouveia Vieira disse que a reação do ex-governador surpreendeu o tucanato.
- Foi esquisitíssimo. O Luiz Paulo Corrêa da Rocha e o Otávio Leite (deputados estadual e federal, respectivamente) fizeram uma análise do quadro sem dar nomes. Então, de repente, o Marcello pediu a saída do Zito com todas as letras por causa do comportamento dele e por ter agido sem consultar o partido. Eu levei um susto - contou a vereadora.

O susto da vereadora não é para menos. Zito sempre foi o queridinho de Marcello. Mesmo quando trocou o PSDB pelo PDT e pelo PMDB, o prefeito nunca perdeu a estima do ex-governador. De acordo com a parlamentar, Márcio Fortes teria agido em nome da executiva nacional, agradecida ao empenho de Zito na campanha de José Serra. De fato, o paulista teve 39,52% no estado, no melhor desempenho tucano por aqui desde a era FHC.
- O Márcio interveio em nome da executiva nacional e pediu para que o Zito reconsiderasse sua decisão, que não cabia aquilo ali e que voltasse atrás. O Marcello ficou irritadíssimo. Foi a primeira vez que o vi desautorizado. Na verdade, caiu a ficha de que o Zito não pode presidir o partido mas, ao mesmo tempo, não se pode abrir mão de seus votos. Já perdemos Sérgio Cabral, Denise Frossard e Eduardo Paes. Só sobrou ele - diz a vereadora.

Serra convenceu Zito a engolir Gabeira
No processo pré-eleitoral, Zito foi convencido por José Serra a fechar a aliança com Gabeira. O ex-governador de São Paulo argumentou que o PSDB não tinha um nome forte no Rio e que só Gabeira poderia servir de sustentação à sua candidatura. O problema se agravou com a confirmação da candidatura da senadora Marina Silva pelo PV.
- O Zito teve ali uma boa desculpa para não apoiar o Gabeira. O problema, o tempo todo, era com o Gabeira - completa Andréa Gouveia Vieira.
Procurado, Marcello Alencar não foi localizado.(Extra Online - Casos de Cidade - Enviado por Marcelo Dias - 30.11.2010 07h00m)

Nenhum comentário:

Postar um comentário