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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Tucanos e petistas ocupam o pilotis da PUC-RJ


Tucanos e petistas ocupam o pilotis da PUC-RJ

Maioria tucana no pilotis: estudantes ouviram argumentos de defensores de José Serra
e de Dilma Rousseff. Foto: Cecília Ritto

Estudantes da PUC-Rio organizaram nesta quinta-feira um debate entre políticos e simpatizantes das candidaturas de José Serra, do PSDB, e de Dilma Rousseff, do PT. De um lado, o deputado estadual tucano Luiz Paulo Corrêa da Rocha e o economista Rodrigo Constantino; de outro, o ex-ministro do Meio ambiente Carlos Minc, do PT, e o sociólogo Emir Sader. Os diálogos entre os debatedores foram duros, principalmente os protagonizados pelos dois estudiosos – o que refletiu um clima já existente dentro da universidade, onde um racha entre os eleitores da instituição acirrou a disputa interna. Aproximadamente 400 alunos encheram o pilotis para ouvir as argumentações e, entre aplausos e vaias, prevaleceu uma maioria tucana.

O primeiro a falar ao microfone foi Luiz Paulo – ovacionado desde o início. “Sou careca, mas a minha cabeça não é para receber nem bolinha de papel, nem rolo de fita adesiva”, disse, criticando as agressões ao candidato José Serra em Campo Grande, na zona oeste do Rio, por militantes petistas. Enquanto o deputado qualidades de Serra, um rapaz de blusa vermelha entregou duas rosas – também da cor do PT – a Minc e a Sader.

Em seguida, foi a vez de Rodrigo, chamado ao debate pela juventude do PSDB. Apesar de ser o rosto menos conhecido da mesa, o discurso inflamado foi o mais aplaudido pelos estudantes. “Serra é a alternativa ao golpe bolivariano (que o PT tenta dar). Lula acha que o modelo da Venezuela é um exemplo de democracia”, acusou.
Constantino, embalado pelos estudantes, voltou a fazer relações entre Lula e Hugo Chávez em outros momentos. “Falar que Lula não tentou o terceiro mandato é brincadeira. Ele sentiu que há instituições no Brasil mais fortes do que na Venezuela. Que o PT tem ambição de transformar o Brasil em uma Venezuela, isso é documentado”, afirmou.

O economista, chamado de fascista por alguns estudantes petistas, se defendeu e intitulou-se “liberal”: “Serra é muito mais de esquerda do que eu gostaria”, assumiu, para, em seguida, criticar o Movimento dos Sem Terra (MST). Para Constantino, o movimento é uma “favela rural”, cujos “argumentos se resumem em foice e martelo”. Luiz Paulo não perdeu tempo e ressaltou que o modelo defendido pelo presidenciável é o keynesiano, bem diferente do desejado pelo colega de mesa.

Pelo lado dos defensores de Dilma, Emir Sader teve que se contentar em falar quase encoberto por vaias. “Quem não tem argumento grita”, dizia ele. Assim que começou a sustentar seu posicionamento, Sader teve que enfrentar as ironias. “O Brasil vive um momento especial da história. Um metalúrgico acaba o mandato com 83% de aprovação”, disse o sociólogo. No meio da frase, ouviam-se gritos de “coitadinho”, em referência a Lula. Adiante, proclamou: “Pela primeira vez na história diminuiu a desigualdade”. Os estudantes implacáveis falaram mais alto: “mentira”.

Minc, que já foi professor da PUC, em alguns momentos usou um tom mais ameno. Seus comentários sobre políticas de meio ambiente foram bem recebidos. “O nível dos debates não tem sido o que eu gostaria. Achei que a questão ambiental fosse ocupar um espaço maior no segundo turno. Qual não foi a minha surpresa quando começou uma discussão reacionária, que não engrandece a política brasileira”, criticou.
O ex-ministro tentou fazer algumas ponderações. “Tenho confiança que Dilma não é ambientalista de carteirinha. Ela é desenvolvimentista como Serra, mas é sensível”, comparou. Ele também disse que acha que PT e PSDB fizeram fisiologismo. Entretanto, engrossou quando falou sobre o DEM. “O PSDB vai ter que escolher outro parceiro porque o DEM aqui no Rio acabou. O PSOL está maior do que ele”. Em outro momento, voltou ao tema: “defendo todas as espécies e extinção, inclusive o DEM”. (Veja - Cecília Ritto, do Rio de Janeiro)

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