Rio e Minas criam super-trem
para estimular turismo interestadual
Composição batizada de Expresso Trem da Terra tem
previsão para início das operações no primeiro semestre de 2016
FRANCISCO EDSON ALVES
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Os equipamentos, da
década de 1970, oriundos da Fábrica Santa Matilde, estão sem utilidade e foram
cedidos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Eles serão recuperados em parceria com a iniciativa privada. “Já protocolamos o
projeto técnico operacional no Ministério dos Transportes e na Ferrovia
Centro-Atlântica (operada pelo VLI - Valor de Logística Integrada, do Grupo
Vale)”, diz o presidente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(Oscip) Amigos do Trem, Paulo Henrique Nascimento, idealizador do projeto.
Reuniões estão
ocorrendo entre os prefeitos de oito cidades dos dois estados, empresários, a
Inventariança da Rede Ferroviária Federal, líderes dos governos estaduais,
Associação Brasileira de Preservação Ferroviária\Porto Novo, Agência Nacional
de Transportes Terrestres (ANTT) e DNIT, para agilizar o processo. De acordo
com Paulo Henrique, o Trem da Terra deverá circular entre as cidades de
Sapucaia e Três Rios, no Centro Sul Fluminense, Cataguases, Recreio,
Leopoldina, Chiador, Além Paraíba e Volta Grande, em Minas. O trecho tem 187
quilômetros de malha ferroviária explorada pela VLI, que, porém, desde 31 de
julho está inoperante, com o fim dos carregamentos de bauxita (um tipo de
pedra) que eram feitos pela concessionária.
Estudos apontam que
por viagem serão transportados até 240 passageiros (60 em cada vagão). O preço
do passeio, que vai durar cinco horas, inicialmente só nos finais de semana,
custará entre R$ 40 e R$ 50 por pessoa. “Negociações com empresas vão propiciar
a recuperação de cada vagão por cerca de R$ 50 mil”, adianta Paulo Henrique. Em
nível governamental, cada vagão reformado sairia entre R$ 800 mil e R$ 1
milhão. “Estamos consolidando, juntos, sem vaidades, um grande projeto, que,
além de interligar cidades dos dois estados, contribuirá para alavancar o
turismo, o desenvolvimento econômico e social, e a preservação do patrimônio
público ferroviário”, resume o prefeito de Três Rios, Vinicius Farah.
Órgãos reguladores
terão que autorizar transporte de turistas.
Em nota, a Ferrovia Centro-Atlântica informou,
através do gerente de Relações Institucionais da VLI, José Osvaldo Cruz, que está
acompanhando os estudos para as criações do Trem da Terra. A concessionária,
entretanto, alegou que possui concessão “exclusivamente para o transporte
ferroviário de cargas no ramal”. O documento, porém, destaca os esforços da
empresa.
“Visando auxiliar os
autores da iniciativa, a concessionária repassou orientações sobre projeto
especifico para tal transporte (de passageiros) e obtenção das autorizações
legais junto aos órgãos reguladores do sistema”, diz um trecho da nota.Durante
as cinco horas de passeio, os turistas poderão curtir paisagens, cachoeiras,
fazendas, casarios históricos, hidrelétricas, lagos e a tranqüilidade
característica das regiões Centro Sul fluminense e Zona da Mata mineira.
Trem
terá feira móvel e vai gerar uns 500 empregos
O Expresso Trem da
Terra, segundo a Oscip Amigos do Trem, vai gerar 500 empregos diretos e
indiretos. “São pessoas que vão trabalhar no trem, na sua manutenção, nas
estações de embarque e desembarque, e nas lojas de artesanatos.
O projeto fortalecerá
também a agricultura familiar e chamada Economia Solidária. “Homens e mulheres
do campo terão nos restaurantes do trem, uma feira móvel, com artesanatos e
produtos da culinária dos dois estados em estandes”, adianta Paulo Henrique
Nascimento. “Considerando o contexto de declínio social e econômico das últimas
décadas na região, o Trem da Terra ajudará a recompor o cenário econômico”,
diz, otimista, o prefeito Fernando Donzeles, de Além Paraíba (MG), lembrando
que as estações serão transformadas em pontos de comércio e atrações culturais.
Mais
dois ramais para turismo serão reativados no Estado do Rio
Trens necessitando de
reformas para entrar em operação não faltam. Segundo a Oscip Amigos do Trem, há
centenas espalhados no País. “A União nunca esteve tão intereressada na
reativação deles, por isso temos insistido em parcerias”, ressalta Paulo Henrique.
Graças à parcerias, uma luxuosa Litorina (vagão com motor próprio), fabricada
nos Estados Unidos há 57 anos, foi reformada e entrará em operação no final do
ano em Miguel Pereira, no Sul fluminense.
Outra composição, o
famoso Trem de Prata, que, por 40 anos ligou São Paulo ao Rio e parou em 1998,
também está sendo reformada. Os vagões têm poltronas individuais e
cabines-dormitórios, como um hotel.
O governador Luiz Fernando
Pezão autorizou estudos para a utilização do Trem de Prata na possível
reativação de mais dois circuitos para lazer, ligando Miguel Pereira,
Vassouras, Paty do Alferes e Paraíba do Sul, e entre Lídice ( Rio Claro) e
Angra dos Reis. Jornal O Dia Rio
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