De píer em Y, passando pelo QG da
Polícia, indo ao Maracanã e subindo a Perimetral
Os jornais noticiam hoje que a Companhia
Docas vai iniciar a construção do píer da área portuária, nas proximidades do
píer da Praça Mauá. Um píer em Y, para atracar navios de grande porte formando
uma barreira visual para quem, de terra, queira vislumbrar a Baía de Guanabara
e para quem, do mar, queira vislumbrar o Mosteiro de São Bento. Uma intrusão
visual danosa à nossa cidade, que dificulta a admiração de suas belezas e da
própria Baía de Guanabara.
Docas não pediu licença a ninguém para
fazer isso. O próprio prefeito da cidade do Rio de Janeiro veio a público dizer
que era contrário ao projeto. Três dias depois se rendeu à estrutura do poder
central e resolveu não mais ser contra, muito menos a favor. Volta, hoje, a
dizer que lava as mãos, deixa de ser o príncipe regente da cidade, herdeiro
direto de Dom João VI, isto é, do governador do Estado, para ser Pôncio
Pilatos.
Ao lavar as mãos, entra numa das maiores
contradições de um chefe de poder. Trocar o elevado da perimetral por um
malfadado túnel e pelo binário da Avenida Rodrigues Alves, significa estar
trocando seis por meia-dúzia, gastando R$1,5 bilhão e, ainda, provocar
congestionamentos na Região Metropolitana. Finge esquecer que a perimetral não
é uma obra do Rio; é obra metropolitana feita pela União. Mas o faz afirmando
que a beleza é fundamental, que há uma questão estética, e que o elevado é uma
intrusão visual na nossa cidade.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv4wyIx6Pstet-1qRorGpADhi3MPrplenIcb9WTd4yeeZrMS8uyaFjjQfkczGjWpnF0QXHVSpsENfmkC24MNkFSjdmv876utihQbWjrNe9qzXoHYHJVg3vuzRiKN249FWrhNxcmH-eHeg/s1600/250087_438185592941671_1621483367_n.jpg)
Mas basta ir a Tóquio, onde as vias
elevadas praticamente tangenciam os edifícios. Na badalada Barcelona,
verifica-se conjunto de elevados no perímetro urbano. Nas entradas da
monumental Paris, você convive com um conjunto de elevados na entrada da
própria cidade e por aí mundo afora. Mas aqui, como os interesses privados
estão acima dos interesses públicos, por questões estéticas vai-se derrubar o
elevado para fazer um túnel com todo confinamento, problemas de drenagem e de
rampa que também vão existir. Para o elevado, a justificativa é estética;
agora, para o píer em “Y”, admite, porque é um novo negócio, uma nova empreitada.
Os próprios arquitetos se posicionam por unanimidade nos jornais de forma
contrária. A Justiça foi célere em derrubar uma liminar como derruba tudo aqui
que contraria os interesses do governo. Há uma proposta de um píer em “E” e não
em “Y”, que seria menos agressivo. Mas nem isso Docas quer discutir, porque
precisa fazer com que o empreiteiro faça a obra.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvZO9yrdA2pE2SasjjLMqvm3kU8l5Bzd2kTfuEPIAejRI0M2Y3bA1V1aRz3dA-bCUMdwX7X5sKCGLcZesn8kS2sr9jwTWbUgCksAOaCadix-siLDZ4F5s-8PX7W74vwdCsW0qME2YGZNo/s1600/2012112335103.jpg)
Vivemos sob a égide do interesse privado
contrariando os interesses públicos. O píer em “Y” é uma obra federal, a
Companhia Docas está subordinada ao governo federal. O governador do Estado
viaja para Paris para não ver o que está acontecendo, mesmo quando a sua
Secretária de Cultura veio a público para colocar-se como contrária à obra em
“Y”. O Secretário de Transportes Júlio Lopes é omisso por natureza. Então, quem
dita as normas no nosso Estado são os interesses privados. Não há o mínimo de
coerência nem no discurso e muito menos na ação.
O governo estadual está vendendo o QG da
Polícia Militar, na Rua Evaristo da Veiga, e talvez arrume ali cem milhões de
reais e ao mesmo tempo vai fazer outro QG por 120 milhões. Qual é a lógica? É a
lógica do privado sobre o público.
Outro exemplo surge: o destombamento do
prédio da Brahma e sua implosão para erigir um prédio privado, em processo de
aprovação e confecção do projeto, e que será um dos mais caros e mais altos de
toda a região. Dizem que, em troca disso, se ampliariam as arquibancadas do
Sambódromo para a Olimpíada. Copa do Mundo e Olimpíada, neste país, servem para
viabilizar os negócios privados e jamais para atender o interesse público,
basta observar o caso do Maracanã.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw9cU6dzL8mzWhCVN6KiBRXtfg1GAhVxrGR3Ynu3FMsWONPuxIEfna2JtO3jVQf2ti2AtOSymomjJkS7ygYtqME-XYo8m0q21WqHr_6DrmyrKZ35aamtivnalwYFcKjjdVwqjXkBKaSnc/s1600/A+Lei+da+Copa+ofende+artigo+fundamental+da+Constitui%C3%A7%C3%A3o+da+Rep%C3%BAblica.jpg)
A Lei da Copa ofende artigo fundamental da
Constituição da República, porque afeta a soberania nacional. E está aprovada
em todos os estados brasileiros. O Congresso Nacional, de maneira sub-reptícia,
delegou aos estados fazerem as suas próprias leis da Copa. E esta Casa, por
iniciativa do Executivo, também aprovou. O entorno do Maracanã, num raio de 1Km
em torno do seu anel, é um território independente gerido pelo rei da Fifa,
isto é, pelos interesses privados, como se no solo brasileiro pudesse haver um
território gerido por um outro mandante que não fossem o Presidente da
República, o Governador e o Prefeito. Rasga-se a Constituição!
Cada vez está mais claro que estamos aqui
muitas vezes trabalhando não para que as políticas públicas avancem, mas para
uma política maior, que é a política estratégica do governo de definir que os
interesses privados representam hoje o grande fator das políticas de Estado.
Enganam-se, porque um dia o povo reconhecerá que esses estão na contramão da
história e devolverão à nossa nação e ao nosso Estado o lugar que sempre
mereceram.(Opinião – Artigo – PSDB-RJ – 15/05/2013)
Jornada Mundial da Juventude
De 23 a 28 julho
"Tu és
Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja,
e as portas do Inferno
nunca prevalecerão contra ela"
Tadeu Araújo Faria
Coordenador Assessoria Católica de Fé e Política
BLOG
GABINETE DO DEP. ESTADUAL LUIZ PAULO - PSDB RJ
ALERJ_Gabinete: 403 - 4º Andar
Rua Dom Manuel, s/n° - Centro – RJ - Tels: (021)
2588-1615 / 9996-3864
Abraços e Fiquem Todos na Paz de Cristo